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Exterogestação: você sabe o que é?

Publicado por Doula Brasil em

A exterogestação é um conceito fascinante que merece ser explorado. Esse período, que dura aproximadamente 3 meses após o nascimento, é muitas vezes chamado de “quarto trimestre de gravidez”.

Exterogestação: você sabe o que é?

A exterogestação é um conceito fascinante que merece ser explorado. Esse período, que dura aproximadamente 3 meses após o nascimento, é muitas vezes chamado de “quarto trimestre de gravidez”.

Ainda pouco conhecida pelas mamães brasileiras, a teoria da exterogestação determina que a gravidez humana deve durar além dos 9 meses do bebê dentro da barriga, se prolongando por, pelo menos, mais 3 meses após o parto.

Apesar de parecer loucura em um primeiro momento, todo esse conceito tem respaldo científico. Ele foi criado por um antropólogo após a observação do desenvolvimento fetal em diversas espécies de animais. Basicamente, o que esse profissional defende é que esse período de transição é essencial para que o bebê humano se adapte completamente à vida extrauterina.

O que é exterogestação?

Baseado no prefixo extero- que significa “fora” ou “externo”, o termo exterogestação é utilizado para descrever um período gestacional realizado fora do útero, após o parto do bebê. Nessa fase, os pais devem tentar recriar o ambiente uterino fora do corpo da mulher para aumentar o conforto da criança. Outro objetivo é, claro, permitir que seu desenvolvimento continue ocorrendo de forma apropriada.

O termo exterogestação foi inventado no século passado pelo antropólogo Ashley Montagu, que afirmou que os primeiros meses após o parto eram essenciais para que obebê continuasse seu desenvolvimento. Montagu chamou atenção para o fato de que, com a evolução humana para a marcha bípede (sobre duas patas), o osso da bacia feminina ficou mais estreito e os bebês passaram a nascer cada vez mais “prematuros”.

Comparados a outros filhotes de mamíferos, os bebês humanos são muito mais dependentes dos cuidados materno e paterno para a sobrevivência. Seu desenvolvimento é lento até conquistarem a capacidade de se locomoverem e se alimentarem sozinhos ou, pelo menos, conseguirem manter um padrão de sono e alimentação mais semelhante ao de um adulto.

Baseado nisso, Montagu defendeu a ideia de que os primeiros meses de vida do bebê, na verdade, poderiam ser considerados parte da gestação — exceto pelo fato de que ocorreria fora do útero.

Como o bebê reage fora do útero?

Dentro do útero, a criança tem um suprimento contínuo de alimento, nunca sente sede ou fome, se mantém aquecida e limpa e consegue dormir sem luzes ou barulhos altos provocando sustos frequentes. Além do mais, ela tem contato integral com a mãe.

Uma vez do lado de fora do útero, toda essa sensação de segurança acaba. A partir do parto, o bebê sente frio e fome, precisa receber banhos e fraldas novas para se manter limpo e acaba passando várias horas do dia sozinho, sem a presença reconfortante da mãe.

Agora, ele precisa chorar para comunicar suas necessidades e chamar a atenção dos adultos ao seu redor, que garantem a sua sobrevivência ao mesmo tempo que geram barulhos e estímulos muitas vezes desconfortáveis para o bebê. Dessa forma, a transição da vida uterina para a vida no mundo exterior é um momento de muito estresse e insegurança para a criança.

Quais as vantagens da exterogestação?

A grande vantagem da exterogestação é tornar a transição da gravidez para a vida do lactente mais tranquila — tanto para o bebê quanto para a mãe —, reduzindo o estresse da fase de recém-nascido e ajudando a aliviar as terríveis cólicas. Além disso, a técnica reforça a criação de um laço emocional forte entre o bebê e os pais e pode ter um impacto positivo em aspectos físicos e psicológicos da criança em médio e longo prazo.

A intenção da exterogestação não é recriar completamente o ambiente uterino fora do corpo da mãe — até porque isso seria impossível. No entanto, dentro das possibilidades reais, o ambiente uterino pode ser simulado em alguns momentos para que a criança passe por esse período de transição com mais segurança e os pais tenham mais tempo para se adaptar aos cuidados que são demandados.

Como isso é feito na prática?

É possível seguir os ensinamentos da teoria da exterogestação em diversos momentos da rotina do bebê. A seguir, veja alguns exemplos:

Iluminação

Como dentro do útero não existe uma fonte de luz, após o nascimento do bebê os ambientes devem ser mantidos com luz baixa na maior parte do tempo. Além de não agredir os olhos da criança, isso pode deixá-la mais calma.

Sono

Nas primeiras semanas após o nascimento, dormir é a principal atividade realizada pela criança, embora não haja um padrão ou ritmo determinado. A exterogestação defende que é importante respeitar essa falta de horários e permitir que o bebê durma sempre que quiser, em um ambiente tranquilo e de baixa luz, com a presença dos pais por perto.

Há, inclusive, quem defenda que o bebê durma na cama com os pais durante os primeiros meses para aumentar o contato com a mãe. Este fato é bastante controverso, na medida que está comprovado por pesquisas, que o recém nascido não deve dormir na cama com os pais pelo risco de sufocamento do bebê (ao dormir, os pais podem rolar sobre o este acidentalmente).

Alimentação

O aleitamento materno exclusivo em livre demanda simula a conexão do bebê com a mãe por meio do cordão umbilical, que lhe fornecia uma fonte constante de nutrientes dia e noite. Da mesma forma, o seio materno se torna essa fonte após o nascimento até que o bebê entre em uma rotina alimentar que permita mamadas programadas e mais espaçadas.

Toque

O tato é um dos primeiros sentidos desenvolvidos pelo bebê e deve ser estimulado o máximo possível com beijos, carinhos, abraços, massagens e aconchegos. Por meio desse contato constante, a criança consegue sentir o coração dos pais batendo e se manter aquecida, o que traz segurança e tranquilidade.

Ruídos

Dentro do corpo materno, havia uma série de sons repetitivos e rítmicos que indicavam a presença da mãe. Após o nascimento, músicas suaves e similares aos que ele já estava acostumado agradam o bebê e oferecem uma nova fonte de estímulo.

Transporte

O ideal é que o bebê recém-nascido seja transportado bem coladinho à mãe com o uso do sling. Dessa forma, o bebê se movimenta junto com ela ao longo do dia e consegue ouvir sua voz e seus batimentos cardíacos o tempo todo, como se ainda estivesse dentro do útero.

Quando isso não for possível, recomenda-se que o bebê seja enrolado em mantas de forma a limitar seus movimentos e simular o aconchego do ambiente uterino.

Banho

Para simular o ambiente uterino durante o banho, é indicada a realização do banho de ofurô ou banho de balde. Naquele espaço apertadinho, cercado de água morna, a criança experimenta as mesmas sensações que tinha quando estava dentro da bolsa amniótica.

Fonte: cordvida.com.br

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