Relato de parto Deilde
Publicado por Doula Brasil em
Relato de parto Deilde
“Desde minha adolescência sonhava em ser mãe sem ao menos saber o que era ser um ser humano, mas ainda bem que o tempo passa e pude entender o que poderia ser botar alguém nesse mundo, então o meu sonho passou a ser: ter filhos, e sentir de fato como seria todo aquele ritual de parir…
Bom, com 33 anos Deus viu por bem me dá um filho, . Fiquei meio perplexa, mas logo botei meus pés no chão e tentar me preparar pro que estava por vir, não sabia muito sobre esse momento “mágico” que é parir. Na minha cabeça era só um fato, mas descobrir que poderia ser o maior evento da minha vida, só dependia de mim, então fui eu pesquisar, ler tudo a respeito, conversar com outras mães, e mergulhei de vez naquilo que eu realmente queria. Nunca na minha vida tinha ouvido falar sobre doulas, mas em um vídeo que vi em todo esse processo, ouvi, e meus ouvidos saltaram. Logo tratei de saber mais sobre o que seria, e qual seria seu papel nesse processo. Passei maior perrengue até o marido aceitar a idéia, passei por cima e fui atrás de uma. Decisão acertadíssima! Encontrei entre algumas a Nathália, anjo que Deus me enviou, nos conhecemos tivemos encontros…. foi imprescindível! Bom, depois de muita pressão médica, de amigos e parentes para fazer logo uma cesária, ou indução (porque já estava passando da hora), eu estava certa do que eu queria, estava tranquila, e nada a minha volta me fez acreditar que deveria me submeter a intervenção alguma. Estava conectada comigo e com meu corpo, acho que nunca estive tanto quanto nesse momento. Foi um baile pra sair do hospital na minha última consulta, pois o bebê tava grande demais, minha placenta tava velha… Mas sabia que isso tudo era balela, assinei o termo de responsabilidade e fui pra casa aliviada. Enfim, com 41 semanas e 3 dias meu, Benjamim estava pronto para chegar… Acordei as 3:00 da manhã, já estava entrando nos pródromos, a ansiedade bateu forte, mas me mantive tranquila. Às 6hrs da manhã liguei pra Nathy (Doula), nesse momento me lembrei de tudo aquilo que estudamos, isso me deixou muito mais tranquila, os pródromos duraram o dia todo. Às 17:30, a Nathy chegou, segui todas as suas orientações, conversamos, chupamos cana (kkkkk) e então, por volta das 18:00hs entrei na fase ativa do trabalho de parto… Nesse momento eu não pensava no que poderia vir, apenas vivi, cada contração, confiei plenamente em meu corpo, pois sabia que aquele momento Deus tinha preparado tudo, e estava bem ali, foi um momento tão meu, tão lindo, e estava ali apenas as pessoas necessárias, e Deus foi lindo em me permitir isso. Bom, por volta das 21:30 a Nathália viu que já era o momento de irmos pra maternidade e lá fomos nós, chegando lá as 21:58, fui examinada, dilatação total … Ufaa… Era chegado o momento. Rapidamente me preparam, sala de parto, pedi pra diminuírem a luz,
1, 2, 3, forças e eu estava com meu Benjamim as 22:18, inundada de uma alegria indescritível. Logo ele nasceu, o peguei em meus braços, ficamos juntos abraçadinhos, trocando olhares e cheirinhos, a pediatra o pegou praa pesar e disse pra ele ficar no bercinho aquecido pra não sofrer uma hipotermia que preguiça! Então pedi a ela pra me dar ele, ela não relutou muito e então ficamos grudadinhos por mais de 2 horas. Logo após o parto, ainda estava forte e atenta aos acontecimentos, pedi a médica que não clampeasse o cordão umbilical antes de parar de pulsar, ela me olhou e disse: ‘estou segurando pro sangue não voltar pra placenta’. Quase dei uma risada, ela esperou parar então minha irmã nos separou, pedi que ela (médica) não puxasse a placenta, fui respeitada – ela só a retirou quando a mesma já estava totalmente solta. Não teve episiotomia, apenas laceração, não teve sorinho, nada… afinal foram 20 minutos ali e meu bebê nasceu. Teve lágrima, teve vômito, teve grito, mas teve PAZ. Fiquei em casa até os 45 do segundo tempo, aquecida, livre, com minhas músicas, com massagens, pouca luz e minhas contrações.
Obs.: Os gritos me atormentaram por dias no puerpério, me achava fraca por esse episódio. Até eu entender, que não foram gritos de fraqueza, foram gritos de vitória! Vitória por ter ido com maestria onde ninguém poderia ir por mim, e pego aquilo que de fato seria meu naquele momento, meu maior sonho, minha maior bênção! Resumindo, foi doloroso, mas não houve sofrimento, pelo apoio, carinho, e ensinamentos que tive.
E por fim, a gente é MULHER, a gente é FORTE a gente CONSEGUE.”
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