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Confira o Relato do parto humanizado de Adriana

Publicado por Doula Brasil em

Relato de parto Adriana

Relato de parto Adriana

relato de parto

“Meu bebê nasceu dia 5 de outubro de 2019, depois de 48h de trabalho de parto intenso e doloroso. Pra isso acontecer, cheguei no hospital com 10 cm de dilatação e, ainda assim, tive que “exigir” um parto vaginal, porque mesmo com dilatação total, me disseram que minha única opção seria uma cesareana. Sabe, eu não culpo os médicos por essa ignorância, culpo a medicina mesmo. Mas isso tornou minhas últimas horas de trabalho de parto mais difíceis, sem necessidade. A parte boa é que o Natan veio ao mundo pela via ideal, e sou muito grata a cada pessoa que contribuiu pra isso!

Agora sim, vou começar do começo.

Tenho 35 anos de idade, e, tendo começado a carreira de mãe aos 21, acabo de ganhar meu oitavo presente dos céus. 5 deles vieram ao mundo via cesareana, e dois deles Deus levou pra si ainda no início das gestações. Depois dessas perdas, decidi dar melhor atenção à minha saúde e percebi que, curiosamente, a medicina moderna teria pouco ou nada para acrescentar nesse sentido. Assim, me interessei mais e mais pela naturopatia, fitoterapia, homeopatia… e fui vendo os resultados mais rápido do que eu esperava. Foi assim que engravidei do Natan! Cheia de saúde e disposição. O psicológico demorou pra entrar nos eixos, confesso, porque meu marido havia se submetido a uma vasectomia e já não esperávamos um novo bebê. Mas no corpo, essa foi sem dúvida alguma a melhor experiência de gestação. Quando eu soube da gravidez, eu já sabia que seria uma nova cesareana, então fui fazer o pré natal sem qualquer pretensão. Mas na consulta, arrisquei perguntar… a resposta me surpreendeu: pagando 6 mil eu poderia “tentar” um parto normal. Bem… então não era impossível do ponto de vista médico! Mas fui alertada: chance de mais de 80% de rompimento uterino, com risco de morte materna e fetal. É claro que o ânimo inicial caiu pra zero depois dessa estatística fatalista. Mas algo me motivou a pesquisar melhor, procurar experiências reais, saber das estatísticas baseadas nos fatos e não nas teorias. Rapidamente passei a conhecer inúmeros casos de VBACs de sucesso. Encontrei artigos, um deles canadense, afirmando que não existe diferença entre 1 ou várias cesáreas anteriores. Se o útero tiver que se romper, vai se romper com qualquer número de cesáreas. Se for forte, não se rompe. Então eu quis saber quantas rupturas uterinas acontecem, pra tentar determinar o meu risco real (e não o risco imaginário das teorias), e fiquei positivamente surpresa.

O que vi foi que uma mulher corre mais risco de colidir o veículo do que de sofrer uma ruptura uterina em um VBAC. Isso significava, pra mim,  que eu era tão livre para ter o meu VBAC, quanto era livre para sair dirigindo todos os dias! Foi então que decidi compartilhar com meu marido tudo o que vinha lendo. Ele me ofereceu total apoio quando expliquei as vantagens do parto vaginal para o bebê, e mostrei pra ele que as chances de dar errado eram muito pequenas. O primeiro passo que demos como casal foi orar a respeito, e confiar em Deus. O segundo foi procurar uma Doula, e é nesse ponto que eu posso afirmar que demos os dois melhores primeiros passos que um casal poderia dar. Fiz o pré natal em uma clínica dentro do hospital e fui muito bem acolhida, mas sabendo o que provavelmente aconteceria se eu tivesse confiado o início do meu trabalho de parto à clínica ou ao hospital: teria sido uma sexta cesareana. Quando a hora finalmente chegou, entrei em contato com a doula, que foi me acompanhando à distância até se certificar que as contrações evoluiriam para um trabalho de parto ativo. Preciso mencionar que foi a equipe do Doula Brasíl que me atendeu, porque devo à doula Nathália Becker minha gratidão. Primeiro veio a Thalita, enquanto a Nathalia atendia outro parto, depois a Nathalia veio e ficaram as duas comigo. Por diversas vezes eu acreditei que havia chegado no meu limite, mas a doula aumentou minha confiança. Eu me deitei em uma cama de casal e pedi pra ela se deitar do meu lado, porque já havia muitas horas que estávamos ali, e já entrava a noite. Ela ficou ali na cama do meu lado monitorando cada contração e procurando manter os sons e as luzes do ambiente propícias para a ocasião. Quando ela soube que eu estava com a dilatação necessária, finalmente fomos ao hospital. Para que eu fosse encaminhada para um parto normal, meu marido e eu tivemos que insistir, implorar, exigir, negociar – tudo isso enquanto eu sentia as dores mais intensas possíveis. Eu tive dificuldade de acreditar que toda aquela parcimônia dos médicos acontecia bem na minha frente enquanto parecia que as contrações iam me partir em pedaços! Já na sala de parto, tudo se encaminhou e fui anestesiada às 3h30 da manhã, aproximadamente, mas mesmo com 10 cm de dilatação e a bolsa tendo rompido durante um toque, por volta de 4h30, o bebê não “coroou”. A anestesia passou e eu perdi a força, já não suportava mais. Meu marido finalmente chegou no meu ouvido e disse: você tentou. Você chegou longe. Mas não podemos mais continuar dessa maneira.

Me deixei levar para a sala de cesareana, quando apareceu uma médica, a dra. Sônia. Ela deu uma olhada e disse, “mas o bebê já está querendo nascer! Vamos deixar essa criança nascer!” Aquilo foi como água fresca no deserto. Como posso agradecer a Deus pela vida dessa mulher? Ela então me explicou que uma nova anestesia poderia ser fatal para o bebê, e que uma cesareana naquela altura também não era bom. Pra ela, a melhor saída seria fazer força e colocar o bebê pra fora! Oba! Era tudo o que eu queria! Ela fez uma oração ali na minha frente, pedindo que em nome de Jesus o bebê saísse por via vaginal. Amém, que assim fosse! Então fiz força como nunca na vida, e o Natan pulou pra fora depois de 5 ou 6 contrações. Infelizmente, apesar da orientação da doula, eu permiti uma episiotomia, mas foi por medo de não conseguir fazer força suficiente. Medo da tal ruptura… Hoje, exatamente uma semana depois, estou usufruindo da saúde de não ter sido cortada na barriga, de não ter feito outra cirurgia pra realizar o que o corpo da mulher já está pronto pra fazer. Tenho certeza que o bebê também já está se beneficiando disso. A via de parto já foi talhada por Deus, pra que abrir outra? Foi o que eu disse pra mim mesma tantas vezes no final dessa gestação. E valeu a pena.”

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