Período perinatal

Laceração: entenda sua naturalidade e porque não optar pela episiotomia

Laceração: entenda sua naturalidade e porque não optar pela episiotomia

A laceração é uma lesão totalmente orgânica e comum de acontecer em partos vaginais. Sua ocorrência entre as parturientes é oriunda da pressão que o bebê exerce sobre o períneo, esticando-o mais do que o normal. Logo, é um rompimento natural do corpo, que afeta a pele e os tecidos moles da região perineal (entre a vagina e ânus).

Lacerações espontâneas são divididas em quatro graus, conforme sua intensidade:

  • A maioria das ocorrências são as de grau 1 e 2, que afetam apenas a mucosa da vagina e os músculos do períneo. Em geral, são lacerações que não precisam de ponto para cicatrizarem, salvo exceções.
  • Lacerações de grau 3 e 4 afetam o esfíncter e a mucosa anal, respectivamente. Ambas necessitam de cuidados médicos mais especializados para a reestruturação.
Não opte pela episiotomia!

Como dito anteriormente, a ocorrência de laceração é espontânea, de acordo com as necessidades do corpo da mulher. Portanto, é esperado que a parturiente sofra, naturalmente, essa pequena lesão no momento de dar à luz.

Mas infelizmente, a rotina hospitalar transformou a laceração em um grande medo para as futuras mães. Com a justificativa precipitada de que tal lesão é prejudicial ao corpo da mulher, a indústria médica popularizou a episiotomia: corte que é feito na abertura do canal vaginal com o objetivo de aumentar o espaço para o bebê passar.

Este procedimento é vantajoso apenas para as equipes médicas, pois facilita e adianta o trabalho de parto. Porém, é bastante prejudicial para as mulheres, pois é um procedimento que corta pele, músculos, nervos e vasos da vulva e da vagina; que são costurados em seguida. Segundo evidências científicas, as lacerações de 1° e 2 ° graus apresentam melhores resultados que a episiotomia, em termos de perda sanguínea, dor, cicatrização e retomada da função muscular. Logo, tal rompimento natural do corpo acarreta em menos prejuízo para a mãe.

Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o uso rotineiro e liberal da episiotomia como prática inadequada. Portanto, se não utiliza apenas em casos necessários, a episiotomia é considerada uma violação ao direito da mulher. Para além, a imposição autoritária desse procedimento atenta contra o direito à condição da pessoa.

Evite maiores graus de laceração

Apesar de ser uma situação natural de acontecer no momento do parto, a laceração pode ser danoso à mulher a partir do 3° grau. Sendo assim, é possível reduzir o risco de estragos mais graves com preparação adequada durante a gestação.

O ideal é: quanto mais forte a musculatura do períneo, melhor para a mulher. Uma estratégia benéfica para tal fortalecimento é a fisioterapia pélvica, que envolve massagens e exercícios específicos – que devem ser feitos por um(a) profissional especialista. A realização de atividades físicas desde o início da gravidez também ajuda a melhorar a musculatura da pelve.

Ter uma doula acompanhando a gestação também é favorável para reduzir os riscos de laceração, pois a profissional é capacitada para fornecer práticas, exercícios e massagens de fortalecimento da região pélvica e perineal.

Se interessou pelo assunto?

Se profissionalize e/ou tenha o acompanhamento de uma doula

Doula Brasil

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  • Bom dia, tive um parto a 17 anos com episiotomia, simplesmente tudo ótimo....
    Agora dia 12/08/2021 fiz outro parto com a tal laceração natural, que foi algo horrível, desumano comigo e com o bebê , o trabalho de parto durou horas e horas, eu não tinha mais forças pra empurrar ele, justamente pq não rasgava .
    Se eu tivesse conhecimento teria optado pela cesariana. Acho muito lindo romantizar , mas na pele não é bem assim.
    Do meu 1° filho eu falava que poderia fazer mais 10 partos naturais, pois minha experiência tinha sido agradável. Agora, foi totalmente o oposto. Deixo minha opinião, pois passei pela experiência.

    • Pois é meu caso foi igual ao seu e também sofri muito, fiquei traumatizada entrei até em depressão!!!
      E antes de fazer o parto eu pedi a epistomia e me negaram dizendo que não era permitido!!!

    • Meu parto foi normal a 19 anos , a médica fez esse procedimento em mim sem eu saber , minha pressão estava alta e o parto normal foi forçado com esse procedimento! Todos os meses sofro com essas lacerações devido ao uso do absorvente que esquenta e inflama a região do ânus aonde foi cortado,.o meu ânus fica com um tipo de língua pra fora e dolorido ,ao ponto de não consegui usar o banheiro ,me lavar direito e as vezes impacta na relação sexual !
      Terrível ! Tenho 41 anos e a 19 anos sofro com isso !

  • Também passei por isso, e agora estou traumatizada, tive duas filhas e ñ quero mais saber de engravidar novamente, foi desumano mesmo, só quem sente na pele pode falar. Ñ é mais a mesma coisw

  • No meu caso um médico já tinha me falado que era cesária por isso me transferiu pra outro hospital e lá me fizeram um parto forçado com o ferro que bateu o rostinho do meu bb deixando roxo, sem falar que me cortaram de ponta a ponta!

  • A questão é como fazer a episiotomia. Tive episiotomia nos primeiros 2 partos normais, sem dor, sem cicatriz, sem sequelas. No último sofri violência obstétrica nas mãos da médica chefe do projeto de parto HUMANIZADO. Quase matou a mim e minha bebê. Me mutilou. Quatro anos depois ainda tenho sequelas. Na época saí do hospital usando fralda geriátrica.

  • No meu caso tenho o utero bicorno ,(dividido ao meio) tive uma cesaria há 6 anos atrás e tenho um bebê de 4 meses.meh parto na primeira gravidez foi tranquila ,mas a segunda eu digo q foi anormal.a bolsa rompeu cheguei no hospital ao passar algumas horas com contracao com 9cm dilatacao .havia falado com a medica a minha situacao ,mas a mesma n me deu ouvidos ,Foi parto normal com liberação de terceiro grau comprometendo a borda anal e foceps .

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