Posso dizer com toda sinceridade que tive uma gestação bem tranquila. Não tive nada que me colocasse como risco, tive um marido e família extremamente apoiadores e atenciosos. Quanto ao marido, posso dizer que estávamos grávidos juntos, mas eu tinha uma ansiedade fora do comum! Quando encontrei a Natália, eu estava bem perdida e aflita porque, apesar de ter toda rede de apoio, ainda não tinha encontrado uma equipe que compartilhasse do meu desejo: NÃO SER ENGANADA! Até que na primeira roda de conversa que fui, tudo se alinhou: consegui toda a informação necessária e indicação de profissionais que respeitariam minha vontade. Não consigo nem palavras para expressar minha sensação ao sair daquele encontro! Enfim as coisas começaram a fluir! Fui em todas as rodas que foi possível, meditei quase todo dia (não vou negar que dormi em algumas delas, rs), me informei e procurei saber de tudo que ia acontecer comigo (acho que assisti à aula de fisiologia umas 4 vezes e ainda fiz uma burrinha para ter comigo para ficar repassando sempre que necessário).
Até que a 37º semana chegou e com ela o começo dos pródromos que se seguiram por quase 3 semanas. Eu quase surtei: não pela dor, ou por medo, mas por ansiedade de que o parto acontecesse logo. Tentava colocar na minha cabeça o que as afirmações da meditação falava: “meu bebê sabe a hora certa de nascer” e enquanto isso continuava a me informar sobre qualquer possível argumento que talvez usassem pra uma cesárea ou indução desnecessária. Meu tampão começou a sair com 38 semanas, saiu o restante apenas um dia antes do parto, que ocorreu com 40+3. No dia anterior, eu comecei a sentir contrações mais fortes, porém sem ritmo. Na madrugada do dia 28, à 1h:00 da manhã, comecei a sentir de dez em dez minutos. Olhei minha burrinha e vi que ainda era a fase latente, então fiquei tranquila e entre uma contração e outra eu dormia… Consegui dormir até às 6h:00 da manhã, quando as contrações estavam entre seis e cinco minutos de espaço, porém como estavam com mais de um minuto de duração. Liguei pra Natália e a ela me mandou tomar banho quente o máximo que aguentasse, o que era uma faca de dois gumes, porque ao mesmo tempo que relaxava parecia que fazia com que elas viessem mais intensas. Mesmo assim mantive mais afirmações na minha cabeça: “cada contração é como uma onda que traz meu bebê pra mais próximo de mim”, “meu corpo sabe parir”, “estou preparada para ter um parto suave e gentil”. Isso fez com que eu não me desesperasse nos intervalos e pude até hidratar meu cabelo no meio do banho! Fiquei no banho até às 7h:00 da manhã, tentei tomar café da manhã, mas veio uma contração que me fez vomitar. As contrações só aumentando em intensidade e frequência, e parecia que não tinha posição no mundo que me confortasse. Eu acho que a Natália, Karina e Celma chegaram por volta de 8h:30, mas dai as contrações ficando mais fortes. Nathy me massageando de um lado, marido confortando do outro e logo me deu vontade de fazer força. Por volta de 09h:20, começaram os movimentos, PARTIU MATERNIDADE! Pensei, de verdade, que fosse ter o bebê no carro, mas como já estava na famosa partolândia, as únicas lembranças que tenho é da Karina maravilhosa falando “relaxa! Manda oxigênio pro seu bebê”, dai eu respirava e aguentava a vontade de fazer força. Chegando na maternidade, me ofereceram analgesia, só que como ainda não tinha feito toque e tinha medo de não ter dilatado nada, não aceitei, pois sabia como podia atrasar o trabalho de parto. Fizemos o toque e dilatação total! Nessa hora, a bolsa rompeu e foi aquele auê… Descemos pra sala de parto e eu fiquei com medo do expulsivo (nem me toquei que já estava nele tinha um tempo). Pedi analgesia e a médica disse: Não dá tempo, sente aqui a cabeça do seu bebê! Não me lembro quantos puxos foram, só sei que dei entrada na maternidade às 10h:07 e às 10h:52 meu bebê nasceu! Veio direto para o meu braço! Papai cortou o cordão após parar de pulsar e passamos toda a primeira hora juntinhos, com todo respeito à golden hour. Tive laceração de primeiro grau, baby com apgar 9/10, com plantonista porque não deu tempo do meu médico chegar; mas tudo bem, pois o parto era meu e do meu bebê e nós sabíamos exatamente o que fazer! Só posso dizer que nunca imaginei que teria um parto tão perfeito assim! Só gratidão!